O perfume das novas flores
Traz da memória adormecida
A doce sensação daqueles velhos tempos
Em que algo de belo, puro e sagrado
Era emanado de todas as coisas
Aquele tempo em que a chuva caía como uma oração
Forte, poderosa, curativa
Fertilizado a terra tão carente do milagre da vida
O coração está longe de ser o mesmo que de outrora
Pesados pecados e ásperas ilusões
Envolvem-no feito uma couraça
Extirpando seu brilho
Mas aqui, agora
Ao som de uma voz sagrada
Acolhido pelo manto solitário e suave da noite
Eu começo a entender
Que é só após mergulhar na escuridão mais profunda
Que se torna possível começar a enxergar
Aquilo que verdadeiramente reluz.




























